Belford Roxo entra no combate à intolerância religiosa. Com o objetivo de incentivar a convivência pacífica entre as diferentes ideologias religiosas e doutrinais, a Secretaria de Cultura de Belford Roxo promoveu um seminário sobre o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa. A ´principal palestrante do evento, na Casa da Cultura, foi a professora e doutoranda da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Juliana Cavalcante. O seminário contou com a participação de líderes de diversas denominações religiosas, além da apresentação do cantor Elizeu, que encantou o público com clássicos da MPB.
Além do seminário e de diversas discussões, a criação do Conselho Municipal de Igualdade Racial faz parte das políticas públicas e dos avanços no município na luta contra o preconceito. Entre os participantes, o secretário especial de Articulação Política, Algacir Moulin, representante dos católicos; pastor Julio Costa, representante do segmento evangélico, Salomão Moura, representante da matriz africana, Alaide Moraes, representante dos ciganos, Sidnei Oliveira, representante do budismo.
Segundo o secretário de Cultura, Bruno Nunes, somente através do respeito e do diálogo, será possível combater a intolerância religiosa. “Este é o segundo seminário sobre o tema na cidade. É um assunto bem complexo, mas o governo preza pela igualdade e pluralidade. Infelizmente o preconceito ainda existe e temos que tentar mudar esta realidade, procurando conhecer e acatar a decisão e a forma de agir de cada um. Cada pessoa tem o direito de escolher o que quer seguir”, disse.
De acordo com Juliana Cavalcante, é de fundamental importância a pluralidade religiosa. “O Brasil possui uma rica diversidade cultural e religiosa, mas infelizmente, o preconceito e a falta de respeito existem. Isto se manifesta especialmente nas religiões de matriz africana. O diálogo é fundamental para a superação da intolerância religiosa”, disse.
Origem da data
O Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa foi oficializado em 2007 através da Lei n.º 11.635, de 27 de dezembro, e a sua escolha feita em homenagem à Mãe Gilda, do terreiro Ilê Axé Abassá de Ogum, localizado em Salvador. Esse foi o dia em que ela, vítima do crime de intolerância religiosa, faleceu com um infarto no ano 2000. No mesmo dia 21 de janeiro é comemorado o Dia Mundial da Religião. O Brasil registra uma denúncia de intolerância religiosa a cada 15 horas, e os adeptos de religiões de matriz africana estão entre os principais alvos. Segundo o último levantamento do Ministério dos Direitos Humanos, realizado há dois anos, umbanda e candomblé eram as religiões mais perseguidas no país.