A Secretaria Adjunta de Vigilância em Saúde de Belford Roxo entregou nesta sexta-feira (28/08) a certificação dos cinco profissionais do órgão que participaram do curso “Capacitação em Malacologia com Ênfase nos Parasitores de Importância Médico e Veterinária”. O curso foi promovido pela Fundação Oswaldo Cruz, em parceria com o Laboratório Central de Saúde Pública Noel Nutels (Lacen-Rj). A iniciativa contribuiu para a formação e a capacitação dos profissionais em Malacologia médica e aplicada, com ênfase no treinamento em serviço de profissionais de órgãos governamentais de saúde, bem como biólogos e outros profissionais de áreas afins que atuam tanto na pesquisa e ensino quanto no serviço, voltados à saúde humana, animal e ambiental.
“O curso foi importante para ampliarmos nosso conhecimento e ações contra os caramujos. Podemos nas coletas analisar o parasita nocivo à vida humana. Considero fundamental estar sempre em busca de atualização para desenvolver o trabalho junto ao município e a população da melhor forma possível. Participar de um curso como este é importante para aprender novos conteúdos na área da malacologia médica e veterinária”, afirmou a bióloga Nathalia Silva dos Anjos Varela, que participou do curso.
Caramujos aquáticos e terrestres podem abrigar parasitos causadores de doenças como esquistossomose, meningite eosinofílica e fasciolose. A vigilância e o controle de moluscos de importância para a saúde pública, como espécimes do gênero Biomphalaria e da espécie Achatina fulica (caramujo africano), são estratégias importantes para a prevenção dos agravos. Em Belford Roxo, a maior incidência é de caramujo africano, que pode pesar 200 gramas, e medir cerca de 10 centímetros de comprimento e 20 de altura. Sua concha é escura, com manchas claras, alongada e cônica. Além disso, sua borda é cortante. Só para se ter uma ideia, em um único ano, o mesmo caramujo é capaz de dar origem a aproximadamente 300 crias. Além de destruírem plantas nativas e cultivadas, alimentando-se vorazmente de qualquer tipo de vegetação, e competir com espécies nativas – inclusive alimentando-se de outros caramujos; tais animais são hospedeiros de duas espécies de vermes capazes de provocar doenças sérias. São elas:
– Angiostrongylus costaricensis: responsável pela angiostrongilose abdominal, doença que provoca perfuração intestinal, de sintomas semelhantes aos da apendicite;
– Angiostrongylus cantonensis: responsável pela angiostrongilíase (infecção com larvas de vermes do gênero Angiostrongylus) meningoencefálica, de sintomas variáveis, mas muitas vezes fatal.
A Vigilância Sanitária recomenda aos moradores de Belford Roxo que em caso de coleta dos caramujos, sendo recomendado o uso de luvas, os mesmos devem ser encaminhados a unidade, ou através de contato via telefone. Os caramujos gostam de ambientes úmidos, ficando mais evidentes nos períodos chuvosos.
“Nossa ideia é montarmos uma série de ações educativas nos bairros levando aos moradores a melhor informação sobre a presença dos caramujos. Temos mais de 160 profissionais de saúde nas ruas realizando ações de coletas e conscientização”, ressaltou o secretário municipal executivo de Vetores e Zoonoses, Cléber Viegas. Lembrando ainda que em breve será inaugurado o primeiro laboratório municipal de Malacologia que contará com a presença de profissionais da Fiocruz criando assim um melhor mapeamento dos moluscos e caramujos encontrados no município.
Receberam os certificados: a bióloga Nathalia Silva dos Anjos Varela e os agentes Ronaldo Gomes Trindade, Paulo Roberto, Aldenir da Silva Pires e Eliezir Fontes Desidério. O evento contou ainda com a presença do secretário executivo de Vigilância Sanitária, João Paulo de Souza e profissionais da saúde.
Malacologia
A malacologia é o ramo da biologia que estuda os moluscos, que são animais invertebrados com corpos moles geralmente encapsulados total ou parcialmente em uma camada de carbonato de cálcio secretada por um manto macio cobrindo o corpo. Entre os principais moluscos podemos citar lula, ostras, polvo e caramujo.