A Secretaria de Estado de Turismo entregou na última sexta-feira (11-06), a Carteira Nacional do Artesão a 35 profissionais de Belford Roxo, através do Programa Estadual de Artesanato. A solenidade, realizada na Câmara Municipal, contou com a presença da deputada federal Daniela do Waguinho. O documento reconhece o trabalho profissional dos inscritos, reconhece o empreendedorismo local e dá acesso às políticas públicas voltadas para o grupo.
De acordo com o secretário municipal de Trabalho e Economia Solidária, Sérgio Lins, o objetivo do setor é cuidar das pessoas. “Com isso, vem a preocupação em colocar pessoas no mercado de trabalho para terem suas rendas. Essa carteira do artesão, além de proporcionar reconhecimento, dá diversos benefícios, como comprar seus insumos com desconto e facilitar ainda mais seu trabalho”, destacou Sérgio.
“O turismo não acontece sem o artesão e vice-versa”, afirmou o subsecretário estadual de Turismo, Gerciano de Lima Luz, durante o evento enquanto comentava sobre testemunhos de artesãos que saíram da depressão confeccionando. “Quando eles estão produzindo, colocam o sentimento em cada peça. Com a carteira do artesão e parcerias, os profissionais conseguem obter microcrédito, poderão expor e comercializar os produtos em lojas itinerantes e comprar material a preço de atacado nas lojas Caçula”, informou Gerciano, que ainda explicou que o cadastro para a carteira é feito de maneira virtual devido a pandemia.
Reconhecimento da profissão
Filha de artesã, a deputada Daniela do Waguinho relembrou a época em que era adolescente e via a mãe confeccionar produtos para ajudar na renda de casa. “Mesmo assim, minha mãe não era reconhecida profissionalmente mesmo fazendo as peças e ganhando dinheiro. Em 2018, quando recebeu sua carteira do artesão, ficou toda feliz. Já participei de muitos eventos de economia solidária e posso contribuir e ajudar através do meu mandato”, ressaltou a deputada.
Primeira a receber a carteira, Geane Paula da Cunha Gaia, 44 anos, moradora do Centro do município, ficou desempregada há 10 anos e viu no artesanato uma forma de renda. “Comecei com EVA (borracha não-tóxica) e depois confeccionei laços. Já fiz até material para a Associação de Mulheres Empreendedoras do Rio. Estou muito feliz com a carteira e me sinto valorizada pelo meu trabalho”, disse Geane. Já Natalice dos Santos, 64, que mora em Santa Maria, começou a fazer produtos depois que o marido ficou desempregado e precisavam sustentar a casa. “A partir disso nunca mais parei, por prazer e também para ocupar minha cabeça. Eu tive câncer e precisei retirar mama. Depois de dois anos de operada estou muito bem fazendo minhas peças e pintando”, finalizou Natalice.
Participaram também do evento a secretária nacional do Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), o presidente do Fórum das Secretarias de Trabalho da Baixada Fluminense e secretário de Trabalho de Nilópolis, Eduardo Amorim, Coronel Ivan Mendes, a coordenadora municipal do ODS Mesquita, Jurema Barata e a subsecretária municipal da Mulher, Cristiane Guedes.