A Secretaria de Saúde de Belford Roxo realizou o 3º Fórum do Capsi (Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil) no auditório da Uniabeu na manhã desta quinta-feira (10). O evento abordou o tema “Autismo e Educação: Contribuições da Neurociência para o Processo de Aprendizagem do Aluno com TEA (Transtorno do Espectro Autista)” em duas palestras. Ao final do encontro, o livro “Diálogo em Neuropsicodagogia na Saúde e na Educação” foi sorteado. De acordo com o diretor de Saúde Mental, Paulo Patrocínio, que também é psicólogo, o evento fez uma alusão ao Dia Mundial da Saúde Mental, comemorado no dia 10 de outubro.
“Durante o fórum, por meio de uma troca de conhecimentos, falamos sobre como o cérebro do autista funciona e como ele capta as informações em seu meio”, explicou Paulo Patrocínio, destacando ainda o avanço da Saúde Mental em Belford Roxo. “Estamos contratando mais técnicos para oferecer um serviço de qualidade à população”, resumiu. Paulo ainda afirmou que o preconceito muitas vezes vem de casa. “Algumas famílias fazem festa e deixam de convidar a criança pelo seu comportamento. Isso acaba se espalhando para fora de casa e acontece em outros lugares também. Precisamos incluir e não excluir”, finalizou.
Uma dos palestrantes foi Sérgio Luiz de Oliveira, pós- graduado em transtorno comportamentais escolares (Child Bchavior Institute – CBI of Miami – USA) e mestrando em educação, gestão e difusão em Biociência com ênfase em neuroeducação – UFRJ (instituto de Bioquímica Médica). “Minha abordagem foi voltada à integração dos profissionais da área da saúde e educação com as famílias. Eu percebo que elas são o centro de um projeto para levar qualidade de vida às crianças que tem algum tipo de transtorno de desenvolvimento no presente e no futuro aonde possam alcançar autonomia e seguirem suas vidas da melhor maneira possível”, disse. Sérgio também está realizando pesquisas para a sua tese de mestrado no Capsi em Belford Roxo. “Tenho focado em como as famílias funcionam e qual é a melhor maneira que a gente pode encontrar de potencializar o resultado dessas crianças através do atendimento às famílias com os princípios neurocientíficos”, informou Sérgio.
Andreia Pereira, mãe das meninas Mariana, 10 e Manuela,8, que são autistas e fazem tratamento no Capsi, disse que o grau de autismo das duas diminuíram significativamente. “Mariana vai muito bem na classe especial, está incluída, avançando com o aprendizado dentro dos limites do autismo. Já consegue escrever e interagir com as pessoas em seu meio. Manuela tem uma facilidade na alfabetização. Já consegue ler e está na classe regular, 2º ano de escolaridade, mas ainda tem momentos de crises. E mesmo assim percebemos que está avançando. Elas chegaram no Capsi em 2017 e foram muito bem acolhidas. Confesso que não esperava. Me deparei com uma equipe multidisciplinar que me animou a seguir com o tratamento. Elas participam do grupo toda semana e chamam o Capsi de casa azul, devido a uma casinha que tem no pátio cujo o telhado é azul. Então quando digo que é dia de casa azul, elas levantam da cama sem reclamar”, explicou Andreia.
CAPSI
A Prefeitura possui três unidades de Caps. O Caps AD (álcool e outras drogas), localizado na rua Adil Miranda, 100, Centro. Caps II, situado na rua Expedicionário Eliaquim Batista, 294, Areia Branca e o Capsi da rua João Fernandes Neto, 920, Centro. As unidades funcionam de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h.