Cuidar-se é um ato de amor. Foi com essa frase que o Centro de Atenção Psicossocial Infantil (Capsi) de Belford Roxo abriu a ação em sua unidade em alusão ao Outubro Rosa, mês de conscientização sobre o câncer de mama e colo de útero. As mães dos pacientes tiveram a atenção voltada a elas com oficina de maquiagem, massagem, alongamento, manicure, cabeleireira, palestras com os profissionais de nutrição, que falaram sobre como a alimentação pode ajudar na prevenção do câncer, e com os profissionais de enfermagem, que estavam aferindo pressão arterial, glicose, agendando mamografia e preventivo. Além disso, foram distribuídos kits higiênicos, as mulheres tiveram acesso a um brechó e ao serviço do Núcleo de Acolhimento à Família do Autista (Nafa).
O secretário de Saúde, Christian Vieira, prestigiou o evento no Capsi. “Essas mães são as verdadeiras heroínas. Fico feliz em fazer parte desse evento para elas. Fizemos festa para as crianças, agora para as mães sobre o Outubro Rosa. Mês que vem faremos para os pais em alusão ao Novembro Azul. As famílias merecem essa socialização que ajuda também seus filhos”, destacou o secretário.
De acordo com o diretor técnico da unidade, Helinton Mercante, o evento foi focado no cuidado das mães. “Aproveitando o Outubro Rosa, estamos trazendo esse autocuidado para a mulher onde cada técnico preparou uma oficina. Durante o cotidiano de suas vidas elas estão dedicadas a cuidar de seus filhos de forma integral e por muitas vezes acabam se deixando de lado e não percebem a importância de serem cuidadas. O dia de hoje é dedicado a esse cuidado às mães, pois o nosso foco também é cuidar de quem cuida”, destacou Helinton.
“Esse momento é importante para concluir o que estamos desenvolvendo dentro do Capsi. A saúde mental propõe sempre estar junto do paciente e atender suas necessidades, que algumas das vezes é um simples abraço, que nesse momento de pandemia muitos precisam e nossa equipe pensou nisso. As mães amam o modo que cuidamos de seus filhos, mas elas precisam de um carinho, abraço e atenção e isso foi feito nesse evento. Precisamos dar essa atenção para elas que estão nessa luta e se esforçando para dar o melhor para os filhos”, explicou a secretária executiva de Políticas Públicas da Saúde Mental, Cláudia Polycarpo.
Dia a dia corrido
Reinalda Assis da Silva, 46 anos, mãe do pequeno Marcos Asafe, 6, aproveitou a oportunidade e fez alongamento, foi no brechó, passou pela mesa da nutrição, aferiu pressão arterial, glicose e agendou sua mamografia. “Essa ação é fundamental. Nós precisávamos tirar um dia para nos cuidar. Com o dia a dia corrido, esquecemos disso. Meu filho é paciente do Capsi, ele tem autismo leve. As profissionais são excelentes e já estou vendo diferença nele”, disse.
As irmãs Mariana e Manuela Batista, 12 e 10, são pacientes da unidade desde 2017. A mãe Andreia Batista, 51, conta que o principal diferencial é o acolhimento. “Desde a primeira vez a equipe fez de tudo para atender as minhas meninas que têm autismo em um grau moderado, mas às vezes quase severo. Já passamos por fases difíceis de socialização, principalmente com a mais nova, que costuma ser um desafio constante para os profissionais que tentam ao máximo oferecer atendimento e tratamento. Até durante a pandemia eles me ligavam perguntando sobre elas, querendo sempre dar apoio, mesmo que remotamente. Isso nos faz sentir valorizados”, destacou Andréia.
Ela ainda afirmou que mãe de autista é igual a um soldado em guerra. “Vivemos 24h sob tensão, pois a qualquer momento pode acontecer uma crise. Essa ação é fundamental. Logo que cheguei veio uma profissional da equipe para acalmar as meninas e eu poder descansar um pouco e fazer o alongamento. Isso é gratificante e percebemos que não estamos sozinhas. Venho toda a semana e me sinto em casa”, disse Andréia, ao lado do marido Gelson Batista, 68.