A cidade de Belford Roxo sediou na manhã desta segunda-feira (15) a capacitação teórica em serviço de Atenção Básica na Hanseníase com foco no diagnóstico precoce, tratamento, prevenção de incapacidades e promoção em saúde sob o monitoramento dos estados para o projeto Roda-Hans, iniciado em 2009. A iniciativa é uma realização do Ministério da Saúde em parceria com a Secretaria Estadual de Saúde, onde Belford Roxo foi contemplado em função de dados epidemiológicos. O público alvo da capacitação foram médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e odontólogos de Belford Roxo e Queimados.
A próxima aula teórica será no dia 26 de julho na Uniabeu para os municípios de Belford Roxo e São João de Meriti. A capacitação prática será no dia 9 de agosto no projeto Roda-Hans, que é exclusivamente para exames dermatoneurológicos, com enfoque no Programa de Hanseníase, onde o atendimento será realizado por profissionais do Ministério da Saúde, na Praça Getúlio Vargas, das 9h às 16h. A carreta itinerante possui cinco consultórios e uma sala para coleta de exames laboratoriais.
Para aplicar a capacitação, representantes da Secretaria Estadual de Saúde estiveram durante toda a manhã trocando conhecimento. A residente Isabella Felippe Meira apresentou o projeto Roda-Hans. “Todo o ano são realizadas capacitações e estratégias para combater a Hanseníase, mas não é o suficiente. Por isso, o projeto foi pensado. Queremos capacitar os profissionais da Atenção Básica para fornecer o diagnóstico precoce, promover o tratamento e distribuir medicação, combater estigma e o preconceito. E com isso, fazer a promoção a saúde para a população”, destacou. Isabella ainda apresentou em forma de slides o total de casos novos notificados no período de dez anos (2008-2018) que foram 18.588 no Estado do Rio de Janeiro. “Dentre os 92 municípios do Rio, 64 detectaram casos. Em tratamento são 1.143”, informou.
Em seguida, Carolina Bernardo Borges falou sobre o papel da Atenção Básica no Programa de Hanseníase. “É a estrutura de saúde que permite os profissionais estarem perto das pessoas. Fazem atendimento domiciliar, reuniões, grupos e com isso conseguem trabalhar melhor com um olhar atento para ajudar no diagnóstico e tratamento. A partir disso, conseguem com o convívio saber a rede de pessoas que ela tem contato para fazer um mapeamento”, destacou. Depois, Lia Raquel Araújo conversou sobre a tipificação das unidades de saúde a partir das equipes compostas para atender pacientes com Hanseníase. “O ideal é o tipo II que é composta por médico, enfermeiro, fisioterapeuta e terapeuta ocupacional”, informou. Por fim, a médica Maria Eugênia, que é da Fiocruz, ofereceu conselhos teóricos para facilitar a parte prática, citou casos da dificuldade do diagnóstico e trocou informações com os participantes.
Tratamento em Belford Roxo
Segundo a coordenadora do Programa de Hanseníase da Secretaria Adjunta de Epidemiologia (Secretaria Municipal de Saúde), Marta Marinea, o programa realiza atendimento no CACE em Santa Maria, Policlínica Neuza Brizola e de Heliópolis. “Nessas unidades é realizado o diagnóstico, tratamento e medicação gratuita distribuída pela Organização Mundial de Saúde. Os principais sintomas são manchas esbranquiçadas ou avermelhadas com perda da sensibilidade térmica e dolorosa, caroços, pés e mãos dormentes, área do corpo dormente e perda de pelos e pele seca e dormente. Atualmente, 70 pessoas estão em tratamento em Belford Roxo”, explicou ao lado do secretário de Saúde, Flávio Vieira, que garantiu sua presença no dia 9. “Irei me capacitar junto a vocês para poder ajudar”, disse. O secretário adjunto de Epidemiologia, Robson Sarmento, também participou do evento.