A Secretaria de Educação de Belford Roxo realizou na última quinta-feira (18), uma formação continuada para os profissionais da rede municipal de ensino com o tema “Educação de Surdo”. Mais de 100 professores de classes substitutiva, do ensino regular, especialistas e diretores assistiram a três palestras durante todo o dia no Cederj em alusão ao setembro azul, mês dedicado à educação de surdos se destacando o Dia Nacional dos Surdos (26 de setembro). Atualmente, o município conta com dois polos de educação para surdos: Ciep Constantino Reis (20 alunos) e a Escola Municipal Belford Roxo (12 alunos). Todos no turno da manhã. À noite, um aluno frequenta as aulas na Escola Municipal Professor Paris. Todos eles recebem apoio de sete intérpretes.
Para a secretária adjunta de Educação, Eneila Lucas, Belford Roxo avançou muito na questão da educação inclusiva. “Nossa educação sempre teve um olhar diferenciado na educação inclusiva. A intenção é que aconteça essa superação desses alunos que estão nas escolas, nas famílias. A questão social vem batendo e não percebemos, pois não estamos só com as crianças, e sim com as famílias que muitas vezes precisam de ajuda. O secretário Denis Macedo vem colocando uma abertura na questão intersetorial, onde acontece um diálogo com os outros setores para melhor atender aos alunos. A cada momento aprendemos com eles”, ressaltou Eneila.
De acordo com o coordenador da Educação de Surdos, Damião Ferreira, todos os meses são promovidas formações continuadas. Em setembro, aproveitou-se o Dia Nacional do Surdo para o tema ser voltado ao setembro azul. “Eu sou intérprete de libras que atua na sede da Secretaria Municipal de Educação e acompanho os surdos e oriento os profissionais dos polos. Prestamos diversos serviços aos alunos surdos e suas famílias como matrículas, orientação familiar, orientação às escolas, encaminhamento para exame de audiometria, formação de professores e tradução de eventos”, informou Damião, ao lado da chefe da divisão de Educação Especial e Inclusiva, Célia Domingues, e da diretora da Escola Municipal Belford Roxo, Márcia Ghaigher.
Troca de experiências
Foram ministradas durante o evento três palestras. Paulo José dos Santos é doutorando do Programa de Pós- Graduação em Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, mestre em Ensino de História – UFRJ, especialista em história contemporânea – UFF licenciado em História – UERJ e professor de história da rede municipal de Duque de Caxias atendendo alunos surdos. “Trouxe o material do meu mestrado, um caderno de orientações e sugestões para os professores para destacar como é trabalhar com esse público em específico. Acredito que tem que acontecer uma troca de saberes, pois muitos profissionais desenvolvem ótimos materiais para esse público e fica preso somente na sala de aula”, destacou Paulo.
Outra palestra foi ministrada por Roseni Couto, graduada em letras, mestranda em Diversidade e Inclusão pela UFF, pesquisadora da área de letramento e surdez, ensino de português para surdos, desenvolve atendimento de letramento para surdos e intérprete de libras da rede municipal de Belford Roxo, atuando no polo da Escola Municipal Belford Roxo há oito anos. “ Eu desenvolvi uma pesquisa voltada ao ensino da Língua Portuguesa para os alunos surdos, pois muitos não foram preparados para usar essa língua como sua materna. É importante que aconteça essa formação para que haja uma troca de experiências e os profissionais possam se ajudar”, disse Roseni, acrescentando que muitos alunos regulares tem o interesse em aprender libras.
Para a estimuladora Natasha Santana é muito importante as pessoas saberem libras, pois é um ambiente muito desconhecido em várias escolas. “Palestras assim são essenciais. Isso é bom para estimular até outras crianças a se sentirem confortáveis nas salas de aula. Na unidade em que trabalho não tem alunos surdos, mas eu gosto muito desse ambiente e tenho amigos assim, e é muito bom conviver com eles”, disse Natasha.